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UCSAL inaugura nova sede do Serviço Escola de Psicologia e homenageia profª. Silvana Sarno


O atendimento psicológico que a Universidade Católica do Salvador oferece à comunidade agora tem uma nova sede. Localizado no Centro Integrado de Saúde (CIS), o novo espaço do Serviço Escola de Psicologia – UNIAPSI (Unidade de Atendimento em Psicologia), recebe o nome de Professora Silvana Maria Grisi Sarno, uma homenagem póstuma à docente que foi pioneira na fundação do curso de Psicologia da UCSAL.  

A mudança garante a ampliação da capacidade do serviço de atendimento psicossocial, uma demanda que aumentou após a pandemia da Covid-19.

A UCSAL está à serviço da população e por isso, todos os atendimentos estão disponíveis não apenas para o público interno, mas estendem-se à toda comunidade baiana. A infraestrutura da nova sede conta com seis salas para atendimentos individuais e em grupo, além de abrigar o Plenus – CEAC (Centro de Escuta e Atendimento Comunitário), onde atuam duas assistentes sociais. 

A professora Roberta Gontijo, ressaltou a importância do novo espaço para a comunidade local e acadêmica.

“A nova sede do UNIAPSI, bem como todos os esforços empreendidos nos últimos meses para torná-la uma realidade, refletem a identidade, a missão e os valores humanísticos da Católica. É um ambiente mais amplo, confortável e adequado para as atividades práticas de nossos estudantes e o acolhimento à comunidade atendida”, destaca a reitora.

Na esteira das conquistas do curso de Psicologia da UCSAL, o novo espaço vem fortalecer o resultado de excelência alcançado junto ao Ministério da Educação em sua última avaliação de qualidade e reconhecimento.

“Isso sinaliza que temos trilhado caminhos assertivos na construção de uma jornada formativa cada vez mais significativa para nossos estudantes”, ressalta o pró-reitor acadêmico da Universidade, prof. Deivid Lorenzo.

Inauguração

A solenidade de inauguração aconteceu na manhã do último dia 2 de junho, com a benção inicial do Pe. Manoel Filho, capelão da UCSAL. Estiveram presentes a reitora e o pró-reitor acadêmico, o pró-reitor administrativo da UCSAL, Duílio Canêdo; o coordenador da graduação em Psicologia e da especialização em Psicologia e processos clínicos, prof. Julio Cesar Hoenisch; coordenadores, docentes e estudantes de diversos cursos. 

Também participaram da inauguração convidados da sociedade civil, além da Sra. Cíntia Prada Bahia – Conselheira do Conselho Regional de Psicologia 3 Região – BA, o Sr. Marcelo Travassos, viúvo da homenageada – a professora Silvana Sarno, o Major da 39ª Companhia Independente de Polícia Militar, Márcio de Alcântara Santos, a Sra. Denise do Carmo Ferreira – Assistente Social do Tribunal de Justiça da Bahia.

Eternizada

A nova sede recebeu o nome da professora Silvana Maria Grisi Sarno, uma referência na área da Psicologia, com mais de 25 anos dedicados à Educação na Universidade Católica do Salvador.

“Essa homenagem inspira a UNIAPSI a formar profissionais da Psicologia mais vocacionados ao serviço para o outro. Na professora Silvana, temos essa inspiração de olhar para o outro, que é o primeiro traço da UNIAPSI: o serviço à comunidade”, encerra prof. Deivid.

Ela foi uma das pioneiras na implementação do curso de Psicologia da UCSAL e membro do Núcleo de Desenvolvimento Estruturante (NDE) do Curso de Psicologia da UCSAL, desenvolvendo diversos projetos de pesquisa.

Muito querida pelos estudantes e colegas de trabalho, a professora Silvana faleceu este ano, poucos meses após o diagnóstico de uma doença neurológica paralizante chamada Esclerose Lateral Amiotrófica.

Na oportunidade, representando os estudantes de Psicologia, o estudante Saulo Machado Cunha fez a leitura de um texto escrito em sua homenagem:

Qualquer um que tenha frequentado as aulas da professora Silvana certamente teve que se haver com uma espécie de ensino nada comum. A palavra que a acompanhava em sala de aula era protagonismo. 

Todo o seu esforço, ao longo do semestre, era esse: fazer com que cada um pudesse capturar aquilo que causasse o nosso desejo, isto é, aquilo que pudesse fazer brilhar nossos olhos em meio a obrigatoriedade dos assuntos e das ementas. 

Não é à toa que ela dava estrelinhas para aqueles que agarravam seu ensino pelo gancho certo: pelo gancho do desejo. Seu ensino repousava numa sutileza, que era a de fazer com que seus alunos pudessem se apropriar de seu caminho singular. Isso exige coragem, disposição e sensibilidade.

Coragem porque é preciso se afastar da posição de quem já sabe; disposição porque isso a que chamamos alunos podem desejar tanta coisa, inclusive nada; e sensibilidade porque, em sala de aula, é preciso contar um a um, resistindo à tentação de fazer de uma turma de alunos uma coisa só.

Quem conviveu com Silvana sabe que ela habitava uma espécie de curiosidade insuperável. Essa curiosidade ela tratava com ânimo. O que as perguntas lhe causavam era uma abertura em direção ao que é vivo. Ela sabia que os textos colocados nos capítulos, slides, artigos e livros pouco importam se não habitamos tudo isso com as questões próprias ao nosso Ser.

Nossa professora entendia que o saber é um movimento incessante, implicado, avesso à qualquer esterilização técnica. Não por acaso, ela escreveu em um artigo que a tarefa do professor está “frequentemente ligada à justificação da existência humana”. Ensinar, para ela, talvez fosse espalhar uma empolgação com as dúvidas do mundo. Daí que ela era, para nós, essa pessoa “viajada”, habitante do ultramundo, e que frequentemente fazia-nos perder nas suas divagações, raciocínios, pensamentos…

Silvana nunca chegou na sala de aula com um saber pronto, prestes a despejar em nós. Ela o construía no aqui e agora, nos provocando a colocar algo de nós. Agora, o nome de Silvana irá habitar o serviço de psicologia desta universidade.

Hora ou outra, os alunos que ali fizerem seus estágios irão perguntar: então, de quem se trata? E você, Silvana, viverá pelo interior de tantos outros curiosos que souberam perguntar, que estão capturados pelas dúvidas, pelas questões da existência que os atravessa. Sem saber, estes curiosos atingirão a essência de seu ensino.

E assim você viverá nas imaginações que farão sobre sua voz, seus cabelos, seu jeito de dar aula, sua maneira de ser. Viverá, enfim, sob a forma de algo que você tanto gostava: sob a forma de uma curiosidade, de um mistério e de uma pergunta que incluirá seu nome.