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CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2022 DESTACA O TEMA EDUCAÇÃO

Com o objetivo de analisar o contexto da educação, os desafios potencializados pela pandemia e o impacto das políticas públicas no campo educacional, bem como promover reflexões acerca do papel da família, da comunidade de fé e da sociedade no processo educativo, a Igreja no Brasil lançou, nesta Quarta-feira de Cinzas, a Campanha da Fraternidade 2022 (CF), que tem como tema central “Fraternidade e Educação” e como lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Cf. Pr 31, 26).

Na Arquidiocese de Salvador, a CF 2022 foi apresentada durante coletiva de imprensa, no Palácio Arquiepiscopal. Na ocasião, estiveram presentes o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha; o diretor executivo da Ação Social Arquidiocesana (ASA) padre José Carlos Santos Silva; a reitora da Universidade Católica do Salvador (UCSal) e coordenadora estadual da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC), professora Silvana Carvalho; a coordenadora arquidiocesana da Pastoral da Educação, Edna Rodrigues; e o Mestre em Educação e especialista em Ensino Religioso, professor José Braga.

De acordo com o Cardeal, cada edição da Campanha da Fraternidade busca incentivar as pessoas na vivência da fraternidade em um campo específico da vida ou da realidade social brasileira, que necessita de maior atenção e de empenho. “A importância da Campanha da Fraternidade tem crescido a cada ano. Ela sempre repercute não só dentro da Igreja, nas comunidades católicas, mas, como sabemos, também nos outros ambientes da sociedade. Pela sua natureza, a Campanha vai muito além da própria Igreja. Pela gravidade dos temas que são colocados pela sua amplitude, nós temos necessidade de contar com a participação de entidades da sociedade civil, escolas e universidades, órgãos públicos e outras Igrejas cristãs. O tema deste ano ‘Fraternidade e Educação’ é de grande atualidade e urgência”, afirmou.

O Cardeal chamou atenção, ainda, para a necessidade de um maior conhecimento, por parte da sociedade, da realidade educacional brasileira, bem como sobre as reflexões que devem nortear a educação para poder agir. “Pode haver o risco de não se dar a devida atenção ao tema da educação, seja pelos problemas sociais urgentes ou por pensar que o assunto seja restrito a especialistas, quando, na verdade, o tema é urgente, atual e necessita de maior atenção e do esforço de todos”, destacou.

Conforme o Texto-base, preparado pela Comissão Nacional da Campanha da Fraternidade, esta é a terceira vez que o tema educação é abordado pela CF, que acontece desde 1964. “Em 2022, pela terceira vez, a educação volta a ocupar as reflexões da Campanha da Fraternidade, agora, impulsionada pelo Pacto Educativo Global. Na carta de convocação, bem como no Instrumento de trabalho, o Papa Francisco apresenta alguns elementos constitutivos de uma educação humanizada que contribua na formação de pessoas abertas, integradas e interligadas, que também sejam capazes de cuidar da casa comum já que ‘a educação será ineficaz e os seus esforços estéreis se não se preocupar também por difundir um novo modelo relativo ao ser humano, à vida, à sociedade e à relação com a natureza’”.

Na Arquidiocese de Salvador, a Ação Social Arquidiocesana (ASA) é a responsável pelo encaminhamento da Campanha da Fraternidade, desenvolvendo atividades voltadas para que todos possam se envolver. “Nós já estamos em campo. Recentemente realizamos o Seminário da Campanha da Fraternidade, este ano online. A CF continua a ser refletida nas comunidades, nas paróquias, nas escolas, para que todos possam tomar conhecimento. Eu quero destacar, além do tema, o lema ‘Fala com sabedoria, ensina com amor’. A sabedoria e o amor só podem ser traduzidos na medida em que se possa dar com justiça aquilo que cada adulto, cada jovem, cada adolescente que estuda tem direito. Por isso  é preciso que lutemos perante o poder público para que aconteçam políticas públicas efetivas, para aprimorar, enriquecer e dar oportunidades a todos”, afirmou o padre José Carlos.

Para a reitora da UCsal, professora Silvana Carvalho, a Campanha da Fraternidade 2022 é importante para ajudar na reflexão sobre o quanto cada pessoa é chamada á mudança e à conversão, atitudes essenciais. “O Papa Francisco, desde 2019, nos propõe uma agenda de reflexão e ações sobre a educação com o Pacto Educativo Global, propondo uma visão mais integral do homem, além de um modelo técnico-científico, que defende a eficiência como paradigma central na formação escolar e acadêmica”, destacou.

Anualmente, os temas propostos pela CF são abordados a partir do método “Ver”, “Julgar” e “Agir”. Porém, este ano, o “Ver” será trabalhado na perspectiva do “Escutar”; o “Julgar” terá o olhar voltado para o “Discernimento”, e o “Agir” seguirá no caminho do “Propor”. “O ato de escutar é fundamental. Escutar é mais que ouvir. Escutar está na linha da comunicação, ouvir na linha da informação. Escutar pressupõe proximidade, sem a qual não é possível um verdadeiro encontro. A escuta permite encontrar o gesto e a palavra oportuna que nos desinstala da sempre e mais tranquila condição de espectador”, destaca o Texto-base sobre o método do “Escutar”.

Com a escuta atenta, há uma necessidade de tomada de decisão. “Entre a escuta e a ação, urge a prática do discernimento, qual iluminação à luz dos critérios da Fé e da Tradição Cristãs. E o discernimento se pratica com outra escuta, dessa vez, da Palavra de Deus, como passo fundamental para julgar evangelicamente os desafios do tempo presente e apontar as proposições para o novo”, escreveu a Comissão Nacional da Campanha da Fraternidade.

Após a etapa do discernimento, a sociedade é convocada a agir. “Uma mudança de época requer um caminho educativo. Criatividade e responsabilidade, a pessoa no centro com o olhar voltado para o seu semelhante. Uma educação que gere pessoas disponíveis para o serviço da comunidade. Assim, as credenciais para um novo aprendizado passam pelo testemunho de vida, pela alegria de ser missionários também a serviço de uma educação integral, promotores da fraternidade comprometidos com os mais pobres. Um novo aprendizado nada mais é do que promover uma educação humanizada”, assevera o Texto-base da CF 2022.

“Para nós, que trabalhamos diretamente com a educação, esta é a oportunidade de falar do nosso espaço de missão. Mas é, sobretudo, um tempo propício para que olhemos as necessidades dos anseios e da importância da educação. Como diz o Texto-base, é um dispensar do serviço à vida”, disse a professora Edna Rodrigues, acrescentando que a Campanha da Fraternidade é um espaço fértil na missão de evangelizar e de conscientizar os alunos, os familiares, os professores e toda a comunidade educativa sobre os temas propostos pela Igreja.

De acordo com o professor José Braga, a Campanha da Fraternidade convida a colocar a pessoa no centro, para que seja possível olhar, com ainda mais clareza, a relação entre professor e estudante. “Mais do que currículo, mais do que atividade, mais do que avaliação, o que a Campanha da Fraternidade propõe é que nós coloquemos o foco na relação, é a pessoa no centro. Essa relação se estabelece entre educadores e educandos, de forma a suscitar vínculos de encantamento, de compreensão e de responsabilização. A intenção da CF é compreender os vínculos de conhecimento e compreender a sua própria tomada de conhecimento sobre esses vínculos”, destacou.

Para encerrar a coletiva, o Cardeal Dom Sergio da Rocha leu a mensagem do Papa Francisco sobre a CF 2022 e, juntos, os participantes rezaram a oração da Campanha da Fraternidade.

Fotos: Sara Gomes

Fonte: Arquidiocese de Salvador