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Salão Interativo

A Semana de Mobilização Científica (SEMOC) é um dos maiores eventos do calendário acadêmico da Bahia. 

Espaço de produção e troca de conhecimento, a SEMOC é realizada pela Universidade Católica do Salvador (UCSal) desde 1998, e reúne estudantes, pesquisadores e docentes, do Brasil e do mundo, em uma programação que fomenta o intercâmbio de atividades de ensino, pesquisa e extensão.

  • Estimular e divulgar iniciativas de pesquisa científica e extensão.
  • Conscientizar a comunidade acadêmica sobre a integração entre ensino, pesquisa e extensão.
  • Promover intercâmbios intra e interinstitucionais de conhecimento e ações comunitárias.
  • Fomentar a diversidade científica na Bahia, bem como em âmbito nacional e internacional.

A SEMOC fortalece a ambiência acadêmica ao mobilizar a comunidade universitária, incentivando a produção e socialização de pesquisas científicas, e facilitando o intercâmbio cultural e a colaboração entre diferentes instituições. O evento também impulsiona a criação e o aprofundamento de redes nacionais e internacionais, reforçando o papel da UCSal como agente de transformação social.

Durante a SEMOC, a comunidade acadêmica e também o público externo participam de conferências, mesas-redondas, jornadas de pesquisa, debates, apresentações de trabalhos, minicursos, oficinas e atividades culturais, todas voltadas para o diálogo e a construção de soluções inovadoras para desafios contemporâneos.

O ano presente se tem apresentado ao mundo imerso em um cenário de fragmentação. Polarizações e beligerância tingem a tela que retrata a cena do espaço público dentro e fora do país, e denunciam a permanência de feridas históricas, que cortam o tempo e são oriundas da relação enferma que o homem estabelece com o que dele se distancie.

O avanço da tecnologia rompe as fronteiras físicas, ignora os limites territoriais, mas nem por isso aproxima, automaticamente, os sujeitos, os quais, não raro, permanecem enclausurados em uma mundivisão autorreferencial. Em um mundo vigorosamente conectado, somos convidados a nos encerrarmos em nós mesmos. De um lado, a fome e toda a gama de mazelas decorrente das desigualdades socioeconômicas incidentes sobre a humanidade, que continua se alastrando sem que correspondam a respostas emanadas do engajamento da comunidade internacional. Do outro, uma visão de mundo que nos convida a apenas viver em comunidade com aqueles que nos são iguais, dedicando aos demais um tratamento excludente, assentado na intolerância e no discurso de ódio.

Os desafios postos revelam uma crise ética, cujo enfrentamento deve contar com o aporte da Educação. Muitas são as consequências danosas, testemunhadas pelas últimas gerações. Problemas antigos e graves, que insistem em permanecer inabaláveis:  mudanças climáticas, fome, precarização da saúde, analfabetismo, exclusão digital, emigração forçada… exemplos pungentes, que demandam tratamento cuidadoso e respostas que priorizem, sempre, a centralidade da pessoa.

Em que pese a magnitude de cada um desses grandes problemas mundiais, é preciso reconhecer, todavia, que não ultrapassaremos a visão de mundo fragmentada, da qual eles emanam, respondendo também de um modo unicamente fragmentado. Mais que soluções pontuais, a compor uma agenda internacional em mosaico, somos convidados a contribuir com um olhar mais amplificado, compreendendo que as consequências danosas que testemunhamos atualmente são, em verdade, uma trama, cujo alinhavo é engendrado pela cultura individualista e insensível ao outro.

Para corresponder a esse anseio, é de fundamental importância a promoção de um esforço educativo, tendente a formar  pessoas sensíveis à necessidade de superar a fragmentação e a beligerância e, assim, auxiliar na reconstituição do tecido social que favoreça o primado da alteridade. É pelas mãos da Educação, portanto, que encontramos uma vereda concreta para a superação da crise ética de que ora se cuida.

A arte de educar, ultrapassando a mera transmissão de conteúdos, se compromete com o processo integral de formação humana. Tem por propósito oferecer, através da experiência de aprendizagem, o arcabouço necessário para que, no exercício de sua profissão, o sujeito professe o que está acima do cabedal de conhecimentos técnicos, hauridos ao longo dos ciclos que integram sua trajetória de estudos, irrigando seu agir no mundo: os valores e princípios que os torne fiéis à promoção da justiça e do bem-estar social.

Nesse diapasão, o Papa Francisco, por ocasião do lançamento do Pacto Educativo Global, recordou ao mundo que

“Educar é sempre um ato de esperança que convida à coparticipação transformando a lógica estéril e paralisadora da indiferença numa lógica diferente, capaz de acolher a nossa pertença comum.” (Mensagem-vídeo por ocasião do Encontro “Global Compact on Education. Together to look Beyond”, 15 de outubro de 2020).

“Educar é um ato de esperança”: eis o ensinamento lapidar legado pelo Papa Francisco à humanidade há cinco anos, que permanece dotado de pertinência e atualidade, e que provoca nossa comunidade universitária, de uma maneira muito peculiar, com esta edição da SEMOC.

Rendendo uma homenagem ao legado do pensamento do Papa Francisco, que contribuiu significativamente para a consolidação dos valores e princípios emanados do magistério da Igreja, a Universidade Católica do Salvador inaugura a vigésima oitava edição da Semana de Mobilização Científica – SEMOC, ancorando-a à reflexão que aproxima o universo da Educação à vivência da Esperança.

A escolha do tema deste ano nos convida a compreender que a esperança não é uma postura ingênua, mas um posicionamento crítico e ativo, ancorado na capacidade humana de criar alternativas e imaginar futuros possíveis. Mais do que uma expectativa passivamente acolhida no âmago do ser, a esperança, engendrada no universo educacional, está revestida da condição de potência formadora: um compromisso encarnado de ensinar, de pesquisar, de cuidar do outro.

Sob a égide desse horizonte hermenêutico, esta edição da SEMOC, através de seus eixos temáticos, pretende ser celeiro para a produção e a disseminação do mais qualificado conhecimento que, sob a ótica interdisciplinar, atenda às urgências contemporâneas. Das desigualdades socioeconômicas às crises socioambientais, seja a cena social contemporânea tomada sob a lupa de uma comunidade educativa devotada à formação humana integral, trilha de esperança em favor do ser humano e do mundo.

Que a vigésima oitava edição da SEMOC cumpra com sua tarefa tradicional de servir de palco para reflexões academicamente rigorosas, mas que seja, sobretudo, um gesto público de confiança no futuro, pois “educar é sempre um ato de esperança”.

Educação e Inclusão: um caminhar para transformação social

Educar é acreditar no potencial de transformação do ser humano e da sociedade, e carrega em si o poder de transformação individual e coletiva. Quando se fala em inclusão no contexto educacional, está-se tratando de um compromisso ético e social com a justiça e a equidade. Educar para a inclusão é acreditar que todos têm potencial e direito ao aprendizado, independentemente de suas diferenças sociais, físicas, intelectuais ou culturais. 

Paulo Freire (2000), ao defender que “educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo”, reforça a ideia de que o processo educativo está profundamente ligado à esperança e à ação. Pois, incluir é também dialogar com as realidades diversas dos educandos, reconhecendo suas vivências e saberes e essa esperança ativa não é passiva nem ingênua — ela se materializa em ações concretas que promovem o respeito, a diversidade e a participação de todos na construção de uma sociedade mais justa. 

Como destaca Paulo Freire (2000), “se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. Assim, a inclusão na escola não é apenas uma política pública, mas um ato contínuo de esperança transformadora, capaz de romper ciclos de desigualdade e abrir novas possibilidades para uma convivência mais humana e solidária.

Educar faz parte do desenvolvimento humano constante e necessário, no qual a pessoa, a família, a escola, as diversas instituições da sociedade civil, incluindo as religiões, e a inteira sociedade estão constantemente envolvidas. A educação requer um processo formativo integral, que transcende a mera aquisição de conhecimentos técnicos e científicos, e valoriza os conhecimentos das tradições populares, promovendo o desenvolvimento da interioridade, da afetividade, dos vínculos, da espiritualidade, da empatia, da busca de sentido e realização tanto pessoal como comunitária e social. Como sugerido pelo Papa Francisco, na educação, tem-se por horizonte a esperança na elaboração de uma cultura do encontro e na promoção de uma fraternidade universal. Este espaço convida à construção de uma educação que também seja experiência de vida, abertura ao outro e compromisso com o bem comum em vista do desenvolvimento humano nas diferentes etapas ou estágios da vida de todo ser humano.

A universidade é, nesse sentido, chamada a ser lugar de esperança, reconciliação e transformação, onde o conhecimento se articula com os valores da dignidade, da justiça e da paz, subsidiando as orientações e decisões políticas e econômicas. Pessoa, família e sociedade, em diálogo com a espiritualidade, a cultura e a tecnologia são aqui compreendidas como dimensões complementares de uma formação voltada à promoção de vínculos mais humanos, justos e solidários, em vista de um desenvolvimento humano integral.

No campo da saúde, a esperança se traduz na valorização dos saberes que integram ciência, ética e empatia.  Os saberes em saúde devem ser transmitidos e construídos com base em valores que promovam o bem-estar integral do ser humano. 

A humanização na saúde não nasce apenas de protocolos, mas do encontro entre pessoas: entre quem cuida e quem é cuidado. A educação torna-se, então, uma ferramenta de esperança quando reconhece que cuidar da vida é, antes de tudo, reconhecer a humanidade do outro — e agir com compaixão, responsabilidade e compromisso social.

Como afirma Morin (2000), “a educação deve favorecer a compreensão entre as pessoas”, o que se aplica diretamente à prática em saúde, onde o acolhimento e o respeito à subjetividade são tão importantes quanto os procedimentos técnicos. Educar para uma prática humanizada é formar profissionais comprometidos não apenas com a técnica, mas com a escuta, o acolhimento e o respeito à dignidade humana — aspectos essenciais para uma prática verdadeiramente humanizada.

Vivemos em uma era marcada por grandes avanços científicos e tecnológicos sem precedentes na história. A inteligência artificial, a biotecnologia, as energias renováveis e a conectividade global transformam constantemente a maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. No entanto, esses avanços trazem consigo um grande desafio: garantir que a ciência e a tecnologia estejam a serviço da vida. Nesse contexto, a educação desempenha um papel fundamental para orientar o uso ético e consciente do conhecimento, promovendo soluções sustentáveis e inclusivas, objetivando um futuro melhor.

A ciência, de fato, melhora a qualidade de vida das pessoas: vacinas que salvam milhões de pessoas, tecnologias que conectam comunidades isoladas, inovações que tornam a agricultura mais produtiva e sustentável. No entanto, quando guiadas apenas por interesses econômicos ou políticos, essas ferramentas podem aprofundar desigualdades e marginalizar populações inteiras. Por isso, é necessário colocar o homem e a ética no centro da produção científica e tecnológica.

Criar soluções com esperança significa investir em inovação voltada ao bem comum, desenvolver tecnologias inclusivas, promover o acesso aberto ao conhecimento e incentivar a ciência cidadã — feita juntamente com as comunidades, respeitando os saberes locais e as necessidades das pessoas. É também garantir que todos, e principalmente as minorias, tenham acesso à educação científica e possam participar da construção do futuro.

Ao pensar em uma qualidade de vida melhor para as pessoas, precisamos levar em consideração o cuidado com o Meio Ambiente, pois isso está diretamente relacionado a manutenção dos serviços ecossistêmicos, como ter água limpa, garantir a polinização, saúde mental e a regulação climática, que sustentam a vida humana.  

Tudo isso exige a manutenção da biodiversidade, pois a diversidade de espécies garante o funcionamento dos ecossistemas e sua capacidade de adaptação, criando uma rede de segurança ecológica, que amplia a qualidade ambiental e a resiliência contra perturbações.

Sem essa proteção integrada, perdem-se recursos essenciais, aumentam os desastres e compromete-se a saúde dos ecossistemas.  Portanto, preservar esses pilares é investir na base física que assegura um futuro habitável e próspero para todas as espécies.

A justiça social é um dos pilares fundamentais para a construção de uma sociedade mais igualitária, onde todos as subjetividades possam exercer plenamente seus direitos e viver com dignidade. Isso pode ser observado no artigo 193 da Constituição Federal de 1988 que concebe o bem-estar e a justiça sociais como objetivos da ordem social. Neste aspecto, os direitos sociais constituem instrumentos essenciais de promoção da equidade, na medida em que garantem acesso universal a condições mínimas existenciais relacionadas ao bem-estar, como a saúde, a educação, a alimentação, a moradia, o transporte, a cultura, o meio ambiente e a segurança, reconhecendo a diversidade e as desigualdades historicamente acumuladas.

A esperança, nesse contexto, não é apenas um sentimento abstrato, mas uma força política e ética que move a ação coletiva na direção da transformação social. É através dela que se alimentam as lutas por justiça, especialmente nos contextos em que a ordem social vigente falha em responder às necessidades humanas básicas.

Pode-se refletir, de forma interdisciplinar e interseccional, sobre experiências, práticas e políticas públicas que expressem caminhos possíveis de superação das desigualdades, a partir da articulação entre esperança e justiça social. Visa também fomentar o debate sobre o papel dos sujeitos coletivos e das instituições na construção de alternativas que priorizem a vida, o cuidado, a solidariedade e os direitos. É necessário um diálogo sobre o futuro que desejamos construir, em que justiça social não seja apenas um ideal, mas um horizonte viável, sustentável e partilhado.

A educação é um processo formativo integral que prepara o indivíduo para o exercício pleno da cidadania e deve ter como função prioritária ajudar as pessoas a lutar por seus direitos e melhorar os lugares onde vivem. O território é entendido aqui muito além do espaço físico em que os sujeitos vivem – é entendido como palco das relações sociais, culturais, políticas e de poder. Por isso percebe-se a importância de uma aprendizagem enraizada na realidade concreta das comunidades. Aprender para transformar a realidade é, portanto, compreender o mundo para poder intervir nele de maneira crítica e consciente.

Os espaços são frutos de sua história, suas lutas e sua complexidade traz muitos desafios. Uma educação transformadora precisa considerar o contexto local, as experiências e as necessidades da comunidade, dialogando com a valorização da cultura local, o fortalecimento das identidades e a promoção de um sentido de pertencimento que contribui para o desenvolvimento territorial.

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